quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Poema de Natal





NATAL ETERNO
Mario Barreto França

Na manjedoura – de olhos serenos
e riso franco para os pequenos
que o foram ver –
revela aos povos o Deus-Menino
toda a grandeza do amor divino
que o fez nascer.

Diante de um quadro tão meigo e belo,
todo o Universo fez-se singelo
para exaltar
essa promessa que se cumpria
no humilde berço da Estrebaria:
Deus se encarnar...

Magos, pastores, pobres, ricaços,
todos apressam, sorrindo, os passos
para depor,
aos pés humildes de uma criança,
a doce oferta de uma esperança
no eterno Amor.

O céu se enfeita de luz e de ouro
e as harmonias de anjos em coro
prometem paz
à terra cheia de desengano,
cujas pelejas, ano após ano,
não findam mais...

Noite de festa, sagrada e boa,
mostras ainda a cada pessoa
que faz o bem
a luz excelsa daquela estrela
que, para o povo segui-la e vê-la,
foi a Belém.

Mulheres e homens do mundo inteiro,
vinde, acendamos esse luzeiro
espiritual

nos pinheirinhos das nossas vidas,
para ofertá-las a Cristo, unidas,
no seu Natal.

Porque, nas voltas do calendário,
surge o presépio, surge o Calvário
erguendo a cruz,
nesse convite à boa vontade
do amor fecundo da humanidade:
- “Vinde a Jesus” –

in O Louvor dos Humildes (1953)