quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Imposição de Limites


IMPOSIÇÃO DE LIMITES




Em minha experiência profissional, atuação como psicóloga (mais especificamente no processo da avaliação do psicodiagnóstico), pude observar que a queixa de distúrbio de comportamento apresentada pelas crianças estava associado geralmente à ausência da imposição de limites estabelecida em seus lares.

Crianças com limitações para o relacionamento interpessoal com tendência ao

isolamento, agressividade, labilidade emocional, impulsividade, ... Demonstravam nesse repertório de comportamento que buscavam incessantemente manipular os responsáveis a fim de obterem o seu reforço desejado (jogarem video-game, assistirem o seu programa predileto, visitar casa de amigos,...).

Infelizmente em decorrência a exaustiva jornada de trabalho dos genitores, os mesmos tornam-se excessivamente permissivos, distantes, alegando diversas justificativas para a aprovação desse reforço. (“Trabalho demais quase não vejo o meu filho, o pouco que permaneço com ele”,...” Olha chego cansada do serviço e esse garoto fica me irritando o tempo inteiro, ah sinceramente não tenho à essa hora da noite, paciência, fôlego, para ver o que ele está fazendo”,... “ Em minha educação o meu pai era extremamente agressivo, não desejo que isso aconteça com meu filho”.

Enfim são infinitas as explicações, mas sempre visando à mesma finalidade, se ausentar de suas responsabilidades e de cumprirem os seus papéis enquanto educadores e modelos de identificação dos mesmos. Crianças sem rotinas estabelecidas, o que acontecerá nesse século XXI diante desses contextos e históricos familiares!

Provavelmente, será o século da doença mental. Vamos inverter essa situação, pais imponham valores, limites em seus filhos, busquem o auto-conhecimento e promovam o crescimento pessoal em suas vidas, acreditem, por intermédio dessa iniciativa vcs modificaram os seus contextos familiares.

A imposição de limites sugerida é o castigo, como punição visando a modelagem de comportamento e o reforço como feedback para ressaltar a sua aprovação de sua atitude. Cabe aqui salientar que o reforço não é simplesmente comprar a criança, mas sim algo que ela deseja e que vcs percebam a sua importância (passeio em família, elogio, mudança na rotina, enfim).

Necessitamos educar os nossos filhos, priorizarmos momentos em nossa vida para eles, dedicarmos o nosso tempo, para debatermos atualidades lamentáveis em nosso contexto. Isso não significa afirmar: ´”É proibido agir assim”, mas sim pontuarmos as possíveis conseqüências dessa conduta. Selecionarmos filmes apropriados, desenhos, estabelecer horários para descansar à noite, incumbências em sua residência, interagirmos com nossos filhos (brincarmos com eles), advertir conforme a necessidade, apostarmos neles ( e não menospreza-los, mas sim encorajá-los), demonstrar através de nossas atitudes como eles são importantes para nós.

 por:Cíntia Ávila Cabeça França
http://psicocintia.blogspot.com/

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